Essa semana que passou estive em férias com a família numa casa maravilhosa em Floripa ou Florianópolis/SC - Brasil (região Sul) para os 'aliens', sim tem gente que não sabe onde é... creia-me.
Num bate papo, minha filha de 9 anos disparou:
"Ô mãe, como a gente faz pra desamar?"
"Desarmar o quê exatamente?"
" Mãe, é sem R, é DES-AMAR!"
"Ué, sei lá... acho que não tem como..."
E por que os adultos desamam? Assim derepente os pais param de amar as mães e começam a brigar e xingar e ficam maleducados...
"Ai filha isso acontece até mesmo entre pessoas que se amam e as vezes não significa que o amor acabou. É falta de, de... de... ah vou pensar melhor em tudo e depois converso sobre isso com você, pode ser?
"Ahã..."
Confesso que preferiria que ela me perguntasse como se coloca um bebê na barriga... Mas acho que ela já sabe.
O fato é que essa conversa mexeu muito comigo pois tive que sair da zona de conforto (imaginária) sobre minha situação conjugal e remexer no 'lixo'. Vou ter que tentar descobrir como foi que tudo chegou onde está. De que maneira esse 'bonde' subiu ladeira sem força, sem energia, sem equilibrio, sem graça nenhuma... só com força de vontade e de um só.
A grande verdade é que de tanto pensar, remoer, relembrar fatos, discussões... de tanto reler cartas trocadas, analisar frases ditas em momentos de 'calor da discussão'... a minha armadura se partiu em pedaços.
Depois dessa coisa toda ainda sobrou o amor... ainda amo. Ainda vejo amor nos escombros dele também.
Então por que cargas d'água a coisa não mudam pra melhor? Por que sempre desanda a discussão? Por que sempre acaba em choro e sofrimeto? Por que sempre vence a ira, a raiva, o rancor? Por que o sentimento de vingança? Por que pagar na mesma moeda? Por que?
O que aconteceu foi que não temos mais 'laços de afetividade'!!! Existe amor, sim isso tem... Só que a afetividade está dilacerada, destruida, virou vergonha... Afetividade é dedicação, apego, cuidado, simpatia... e isso tudo ficou em segundo plano.
É muito complicado duelar com quem se ama... uma eterna luta de egos. Uma fogueira de vaidades que destroi a afetividade e tudo relacionado.
Agora que sei a resposta para minha filha não tenho coragem de dize-la... pelo menos não enquanto houver forças para reatar os 'laços de afetividade'
Agora vou em busca dessa coisa chamada 'afeto', vou abrir o peito e começar a mudança... dessa vez sem armadura, pronta pra ficar 'nua' diante do 'adversário'...
E depois vou falar com minha filha...