Generalidades da vida

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17 de fev. de 2010

Amor, sexo, casamento e Honoré de Balzac

Ultimamente estou com mania de escarafunchar os malditos porquês das coisas e isso não é muito bom... mas pode render deliciosas discussões.
Coincidência ou não, esse post foi motivado lendo posts de uns blogs irmãos, por assim dizer, ou melhor ainda, blogs irmãs... me entendem aquelas que não tem conserto, aquelas que já estão desintoxicadas e ainda aquelas que foram bem batizadas e preservam em sí a esperança.


Amor é uma entidade. Indomável. Chega se instala e vai se criando... silencioso, escandaloso, arrebatador, tímido, volúvel, sincero, cínico, inescrupuloso, vil, puro, bandido, divino, maternal, suicida, alegre, mercenário, enjoado, possessivo, livre e por ai vai... como nós, humanos. Acredito que exista amor. Do mesmo jeito que acredito em bruxas. Sei que elas existem.


Sexo! Ah que coisa boa!! Até quando é ruim é bom não é mesmo? Não, não mesmo! De onde já se viu coisa mais burra?! Eu gosto mesmo é do sexo bom, daquele bem vigoroso, bem feito, como uma música bem tocada. Vai me dizer que vai ficar bonito e gostoso, uma banda de axé com sotaque bem baiano cantando e tocando AC/DC num trio elétrico em pleno Pelourinho. Tenha santa paciência...

Casamento... seja lá que for isso, não me interessa! Por quê? Não sei. Ta legal, tudo bem, admito... to casadinha, eu sei... mas apenas de corpo presente. Nunca assinei nenhum papel pra confirmar essa insanidade em nenhum cartório e também nunca encenei aquele teatro ridículo em nenhum templo religioso. Moramos juntos há 11 anos... tá bom, vá lá, teve um hiato de 1 ano e meio mas com encontros (deliciosos) na Ilha do Mel. Voltei mas não casei. Minha irmã casou, minhas amigas casaram (quase todas), minha filha de 9 anos ás vezes fala: "ah, quando eu me casar o vestido vai ser..." credo... me dá até um asco e não sei o por quê disso... Eu nunca imaginei a mim vestida de noiva, cerimônia, salão, noivo de fraque, bouquê... eu sempre acabo rindo disso tudo. A vida real me atrai muito mais.

Honoré de Balzac, com seu personagem Henri de Marsay, ilustra bem o que penso.

"Henri, sabendo que seu amigo Paul de Manerville ia se casar, tentou argumentar contra a decisão: “Quem se casa, atualmente? Comerciantes, no interesse do seu capital. Camponeses, para serem dois a empurrar o arado. Agentes de câmbio ou tabeliões, que são obrigados a pagar pelo cargo. E reis infelizes, para continuar dinastias desgraçadas”. E, quando Paul de Manerville fala em amor, o outro o adverte: “O amor é apenas uma crença, como a da imaculada Concepção da Santa Virgem”.


O amor e o amar só conseguem espaço, só podem ser vividos, curtidos, praticados se assumirem formas mais ou menos degradadas diante da sociedade que julga e condena.


Mulheres frágeis e sensíveis mas com corajem e determinação não se conformam com isso e não admitem submissão ás formas do amor e do sexo como estão configuradas desde sempre.

Isso não é moderno, nem 'privilégio' da nossa geração. Como se relacionar com o amor, o sexo, o casamento ou a vida é uma escolha individual. Basta coragem e valentia.


O-ti-ma leitura: "Mulheres Boazinhas Vão para o Céu, as Más... Vão á Luta". Delicioso livro.
Radicalizei muito? Exagerei? Desculpe...

3 comentários:

  1. Oi Cris,

    Menina adooooorei esse texto. Foi tudo de bom-ponto-com-ponto-bêérre!!! Foi cordial, verdadeiro, engraçado (a parte do sotaque com axé heheheh). A citação de Honoré de Balzac, com seu personagem Henri de Marsay foi fabuloso!

    Ri muito com o título desse livro. Estou curiosissima para ler...irei a luta. Depois comento com vc.

    Agora, que mundo pequeno esse hein? Que conhecid}ência gostosa você conhecer sobre a filosofia, o daimoku, SGI. Muito boa sorte para ti. Eu não vivo sem daimoku literalmente.
    Como sempredigo: - Daimoku na veia!

    Beijocas

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  2. Olá, Cris! Menina, vc me contaminou com essa história de querer respostas para os por ques e repensar... Ao contrário de vc, sempre tive um lado romântico e sonhador... Me casei na igreja, vestida de noiva, apesar de não ter sido como eu sonhei, pois tive que correr demais para a barriga não aparecer (coisas dos meus pais). Mas tudo não passa de cerimônias e a minha foi só para agradar meus pais mesmo porque o meu casamento já estava concretizado na minha mente...E ainda está, mesmo agora que não existe mais... E eu fico me perguntando: - POR QUE??????
    Beijos!

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  3. Cris, que mundo pequeno. Eu amooo aquele filme, tenho o livro e o filme (tudo por causa dele). Que mundo pequeno mesmo. Vc acredita que eu achei a filha e a ex-esposa dele no facebook? Eu fiquei com vergonha de adicionar srsrsr (momento confissões).

    Beijocas

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